Invista na Bolsa Sem Comprar Ações: Descubra os Fundos

Invista na Bolsa Sem Comprar Ações: Descubra os Fundos

Você já pensou em ganhar exposição ao mercado acionário sem precisar selecionar cada papel? Muitas pessoas sonham com os ganhos da Bolsa, mas a complexidade e o receio acabam afastando investidores iniciantes.

Contexto da Bolsa no Brasil

Dados da Anbima divulgados em 2022 mostram que, em dezembro de 2021, a B3 contava com 13,1 milhões de pessoas físicas cadastradas. Dessas, apenas 3,1 milhões investiam em renda variável, enquanto 10 milhões permaneciam em renda fixa.

O brasileiro busca segurança na montagem da sua carteira e, diante da volatilidade das ações e da falta de tempo para analisar empresas, muitos preferem alternativas menos complexas.

  • Busca por segurança e previsibilidade
  • Medo da volatilidade das ações
  • Falta de conhecimento técnico para análise de empresas
  • Pouco tempo disponível para acompanhar o mercado

Felizmente, existe um meio-termo entre deixar tudo na renda fixa e adquirir ações uma a uma: investir via fundos e ETFs.

Investir na Bolsa sem comprar ações

Você não precisa escolher papéis individualmente. Há produtos que oferecem diversificação sem escolha direta e exposição à Bolsa de forma prática:

  • Fundos de ações (gestão ativa por profissionais)
  • ETFs (fundos de índice, gestão passiva)
  • Fundos multimercado com parcela em ações
  • BDRs de ETFs (índices estrangeiros via cotas)
  • Fundos setoriais e temáticos (tecnologia, ESG, IA etc.)

Ao comprar cotas de um fundo ou ETF, você delega a montagem e o rebalanceamento da carteira a gestores ou índices de referência, mantendo controle simples sobre o valor investido.

Fundos de ações

Um fundo de ações é uma carteira diversificada de papéis, administrada por um gestor profissional que busca retornos superiores ao mercado.

Em 2018, havia 1.900 fundos de ações no Brasil; em julho de 2022 esse número saltou para 4.008, refletindo a popularização desses produtos entre investidores que desejam Bolsa sem decidir cada ação.

Gestão profissional por especialistas faz com que o investidor aproveite o conhecimento e a dedicação de quem vive o mercado diariamente. Ainda assim, existe risco: se o Ibovespa cair, as cotas também sofrem.

Dados da S&P Global apontam que 60% dos fundos de ações não bateram o Ibovespa em 2021. Além disso, há custos fixos: taxa de administração anual e, em alguns casos, taxa de performance sobre o que exceder o benchmark.

Para escolher o fundo ideal, avalie o histórico de performance em ciclos distintos (crises, alta de juros, eleições), a volatilidade e as taxas cobradas. Verifique se o perfil é mais concentrado ou altamente diversificado, e o foco em crescimento, dividendos ou value investing.

Operationalmente, basta abrir conta em uma corretora ou banco que distribua o produto. Aplicações mínimas começam em R$ 10 a R$ 50 e a liquidez varia conforme o regulamento (D+1, D+3 ou mais), permitindo planejamento eficiente.

ETFs – Fundos de Índice

ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que replicam índices de mercado e são negociados na B3 como se fossem ações.

O BOVA11, por exemplo, segue o Ibovespa. Se as cerca de 92 empresas que o compõem valorizam, o ETF também sobe proporcionalmente.

Havia apenas 15 ETFs em 2018; em julho de 2022, já eram 83 listados, com cerca de 635 mil investidores que adotaram gestão passiva de custos reduzidos. A carteira segue automaticamente o índice, sem decisões manuais.

As principais vantagens dos ETFs incluem:

  • Diversificação imediata com uma única cota
  • Baixas taxas de administração
  • Liquidez negociada em tempo real
  • Acessibilidade a partir de cerca de R$ 10

No Brasil, há ETFs de índice amplo e de setores específicos (jogos, cannabis, IA, telemedicina, ESG). Investir em temas que refletem seu interesse ou visão de futuro permite direcionar capital a tendências reais.

Passo a Passo Prático para Iniciar

  1. Abra conta em uma corretora ou banco com acesso à B3.
  2. Defina seu perfil de risco e horizonte de investimento.
  3. Escolha entre fundos de ações ou ETFs conforme custos e liquidez.
  4. Aplique o valor desejado (a partir de R$ 10) e acompanhe periodicamente.
  5. Reavalie anualmente a performance e faça ajustes na carteira.

Com esse roteiro, você acessa oportunidades de renda variável sem precisar montar cada posição. Tanto fundos de ações quanto ETFs oferecem exposição diversificada e prática ao mercado acionário, adequando-se ao seu estilo.

Independentemente da escolha, o mais importante é dar o primeiro passo. Comece com valores que caibam no seu bolso, aprenda sobre os produtos, observe o desempenho e, aos poucos, ganhe confiança para ampliar investimentos.

Investir na Bolsa sem comprar ações diretamente é possível, seguro e acessível. Use a flexibilidade dos fundos e ETFs a seu favor e construa uma carteira que reflita seus objetivos financeiros.

Por Robert Ruan

Robert Ruan